Medo.
Medo de perder a essência artística que habita em mim,
pânico do tempo fazer com que eu me perca.
Desespero de viver sem arte,
pavor de não sentir.
A arte nos salva do mundo,
este tão cruel em que vivemos.
O âmago do meu ser vem da arte,
em sua ausência, eu perco a vida.
Esperança.
Esperança de que tudo floresça com cor,
uma diferente a cada esquina.
Ora pinceladas ousadas,
ora pinceladas simples.
O apuro existentes nas coisas,
nos mínimos detalhes.
Aquele que é visto num simples café da manhã,
ou nas folhas caindo por conta da brisa do final da tarde.
A arte de viver,
a arte de sentir.
Estas são extraordinárias,
são grandiosas.
Vivenciar a beleza da cor verde da grama,
o degradê de cores do outono.
Ter a possibilidade de respirar fundo e apenas sentir,
estar atento aos cheiros, as sensações e aos sentimentos.
O alento dos artistas vem daí,
destes pequenos momentos,
que por muitos,
é enxergado como algo irrelevante.
A ousadia de querer viver,
de querer apenas parar e observar.
Dentro deste pensamento,
qual a pincelada mais ousada que você é capaz de dar?